Começando pelo
começo de algumas palavras escritas..
Como se fosse um
duelo harmônico de palavras iguais vindas de pensamentos diferentes. As
palavras são as mesmas, estão soltas. O modo que a conduzimos que nos
diferencia dos demais.. A expressão exata da linguagem sobrepõe pensamentos
inexato formando um continuo diálogo. O momento flui se a pessoa que estiver
pensando comigo caminhe ao meu lado.. A estrada que percorremos é a mesma. O
mundo só fica igual se formos iguais a
todos. O que me diferencia?
Todavia – Toda via é curta. Toda curta é a metragem do nosso fim. Não se
mede valores, se adquire.. Não se pesa
calores, se sente. Não se mede uma dor. O tamanho é proporcional ao
valor que damos a ela. Ou sofre demais ou de menos. Ou sofre pra fora ou vem de dentro. Prefiro sofrer pelas laterais..
Às vezes me
distancio de sua presença. Recuar não é
fraqueza. Observar palavras de alguém não particular é sutilmente vê-lo através
dos olhos da linguagem silenciosa...
O silencio fala mais que
palavras soltas vindas de uma sala
de estar, onde todos querem
avidamente fazer parte de algum submundo igualmente metódico com um pouco de fórmulas
irracionais. Não sabem mais como
conduzir uma palavra ao outro.
Somos vazios de quê? (Pergunta insólita) – somos vazios
de nada.
Estaríamos
preocupados com as vias dos fatos? E a guia dos atos?
Oh! Daí-me uma gota
d’água, tenho sede de palavras raras e clássicas!
Daí-me palavras
soltas, para que eu possa respondê-lo tão ágil ... Como o voo daquela Gaivota.
Esse rascunho
estará sujeito à alterações poéticas simulando
um desafio para um remendo final. Como uma colcha de retalhos. Primeiro
procura-se os diversos panos sentimentais. Escolhe as cores , as dores, e, o
tamanho não importa. Mas.. Molda-se.
Os retalhos são
amarrados lado a lado, surgindo uma enorme teia de diferenças e igualdades.
Somos retas com atalhos feitas pelas curvas de algum pensamento igual.. Os
iguais se atraem no fato.. Os desiguais se distraem no ato.
O mundo! - Esse mundo, corre numa velocidade
estonteante. As pessoas concretas andam apressadamente. Entram e saem dos edifícios humanos sem saber onde
estão. Não se olham nos olhos. Não se beijam com bocas de falar
No mundo das
palavras as expressões labiais
juntamente com o olhar dos olhos e a linguagem do corpo formam uma irônica sinfonia
onde tocam violinos dedilhados pelo toque sutil de um sorriso - A continuidade
da musica numa dança onde dois corpos se unem na mesma melodia. É preciso
sorrir das vias e dos vãos.
Tenho que embaralhar as silabas manuscritas desse texto
e coloca-as em ordem e evidenciar minhas madrugadas quase silenciosa.
De mim vem o barulho das letras vivas em meus
pensamentos sombrios.
A noite é negra,
sem lua, e branca.. De fora ouço pingos
metafóricos de alguma lágrima transparente. A exuberância das minhas palavras
contradiz com meu falho vocabulário. A simplicidade das letras é irreversivelmente
desproporcional ao teu/meu pensamento. A sonolência em que situo me deixa oca
por alguns 10s, o suficiente para que as
respostas ágeis voem para teu olhos longínquos
.
Para quê ler o
obvio da minha existência? Somos
leitores assíduos com visões turvas e circunstanciais. Gosto das minhas rasuras
irremendáveis!. Gosto!. A caneta
digital apaga o que meu pensamento escreve agora, e, é...
É preciso dar lugar
a outras formas de poemas loucos.
É preciso dar uma
solução para a cabeça da dor, antes que
ela tome, não só o corpo, mas também o espírito. A morte dos vocábulos vãos é
essencial para o crescimento espiritual. Não se deve pensar ao acaso. Vivemos
por tempos determinados, e morremos indeterminadamente, para renascer
brutalmente, em dias iguais.
Meus dias são quase desiguais, minha manhã é sonolenta e
perpendicular à gramática dos teus movimentos.
Corrijo-me nos intervalos da claridade de uma noite em branco. O cheiro forte do café da cozinha que antecede àquela sala de estar
me acorda suavemente. Embaralho agora minha mente e levanto meus dias “aparentemente” iguais.
Meu corpo reage a correria dos sons que ouço da minha
janela. Não quero correr
temporariamente .
Não quero partir sem antes dizer-te: - vou
tropeçar em você em alguma junção de corpos e matérias, em pensamentos e
sorrisos, em algum beijo de bocas falantes irreversivelmente incoerentes ao sabor do vôo de uma gaivota.