domingo, 8 de dezembro de 2019

O meu óbvio.


  


   Começando pelo começo de algumas palavras escritas..
   Como se fosse um duelo harmônico de palavras iguais vindas de pensamentos diferentes. As palavras são as mesmas, estão soltas. O modo que a conduzimos que nos diferencia dos demais.. A expressão exata da linguagem sobrepõe pensamentos inexato formando um continuo diálogo. O momento flui se a pessoa que estiver pensando comigo caminhe ao meu lado.. A estrada que percorremos é a mesma. O mundo  só fica igual se formos iguais a todos.  O que me diferencia?
Todavia – Toda via é curta.  Toda curta é a metragem do nosso fim. Não se mede valores, se adquire.. Não se pesa  calores, se sente. Não se mede uma dor. O tamanho é proporcional ao valor que damos a ela. Ou sofre demais ou de menos. Ou sofre pra  fora ou vem de dentro.  Prefiro sofrer pelas laterais..
    Às vezes me distancio de sua presença.  Recuar não é fraqueza. Observar palavras de alguém não particular é sutilmente vê-lo através dos olhos da linguagem silenciosa...
O silencio fala mais que  palavras soltas vindas de uma sala  de estar, onde todos   querem avidamente fazer parte de algum submundo igualmente metódico com um pouco de fórmulas irracionais.  Não sabem mais como conduzir uma palavra ao outro.
Somos vazios de quê? (Pergunta insólita) – somos vazios de nada.
   Estaríamos preocupados com as vias dos fatos? E a guia dos atos?
   Oh! Daí-me   uma gota  d’água, tenho sede de palavras raras e clássicas!
   Daí-me palavras soltas, para que eu possa respondê-lo tão ágil ...  Como o voo daquela Gaivota.
   Esse rascunho estará sujeito à alterações poéticas simulando  um desafio para um remendo final. Como uma colcha de retalhos. Primeiro procura-se os diversos panos sentimentais. Escolhe as cores , as dores, e, o tamanho não importa. Mas.. Molda-se.
   Os retalhos são amarrados lado a lado, surgindo uma enorme teia de diferenças e igualdades. Somos retas com atalhos feitas pelas curvas de algum pensamento igual.. Os iguais se atraem no fato.. Os desiguais se distraem no ato.
   O mundo!  - Esse mundo, corre numa velocidade estonteante. As pessoas concretas andam apressadamente. Entram  e saem dos edifícios humanos sem saber onde estão. Não se olham nos olhos. Não se beijam com bocas de falar
   No mundo das palavras as expressões  labiais juntamente com o olhar dos olhos e a linguagem do corpo formam uma irônica sinfonia onde tocam violinos dedilhados pelo toque sutil de um sorriso - A continuidade da musica numa dança onde dois corpos se unem na mesma melodia. É preciso sorrir das vias e dos vãos. 
   Tenho que  embaralhar as silabas manuscritas desse texto e coloca-as em ordem e evidenciar minhas madrugadas quase silenciosa.
  De  mim vem o barulho das letras vivas em meus pensamentos sombrios.
  A noite é negra, sem lua, e   branca.. De fora ouço pingos metafóricos de alguma lágrima transparente. A exuberância das minhas palavras contradiz com meu falho vocabulário. A simplicidade das letras é irreversivelmente desproporcional ao teu/meu pensamento. A sonolência em que situo me deixa oca por alguns 10s,  o suficiente para que as respostas ágeis voem para teu  olhos longínquos .  
  Para quê ler o obvio da minha existência?  Somos leitores assíduos com visões turvas e circunstanciais. Gosto das minhas rasuras irremendáveis!. Gosto!. A   caneta digital apaga o que meu pensamento escreve agora, e, é...   
  É preciso dar lugar a outras formas de poemas loucos.
  É preciso dar uma solução para a cabeça da dor, antes  que ela tome, não só o corpo, mas também o espírito. A morte dos vocábulos vãos é essencial para o crescimento espiritual. Não se deve pensar ao acaso.   Vivemos  por tempos determinados, e morremos indeterminadamente, para renascer brutalmente,  em dias iguais.
Meus dias são quase desiguais, minha manhã é sonolenta e perpendicular à gramática dos teus movimentos.  Corrijo-me nos intervalos da claridade de uma noite  em branco. O cheiro forte do café  da cozinha que antecede àquela sala de estar me acorda suavemente. Embaralho agora minha mente e levanto meus  dias “aparentemente” iguais.
Meu corpo reage a correria dos sons que ouço da minha janela.  Não quero correr temporariamente  .
Não quero partir sem antes dizer-te:   - vou tropeçar em você em alguma junção de corpos e matérias, em pensamentos e sorrisos, em algum beijo de bocas falantes irreversivelmente incoerentes  ao sabor do vôo de uma gaivota.
Fim.



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