quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Um Dia Qualquer..


      

  

  Eu não publico notas, nem tanto pouco faço rotas. Percorro primaveras com cheiro de verão. Percorro curvas e o tempo gasto não me falta, embora tenha certeza de que tudo passa enquanto estou parada nesse labirinto de pensamentos. Não me julgo, tão pouco julgo a verdade que recusa aparecer. Me sinto apropriada a dizer-te o quanto estou estática.   Mudar significa recusar o velho e apreciar o novo, jogar o lilás da minha roupa e ousar o instante – provocar sorrisos. Nada de novo. Submeter à idéia de que o sol toca meu rosto e me faz sentir uma sensação inenarrável  é deliciosamente cabível ao meu prazer.
        Há flores no seu jardim oculto. Há um vão entre a realidade e sua música. Há um senão sem sentido, sem razão, sem...(reticências), ponto final. Aprecio o que desfaço somente porque tenho laços sem nós. Não amarro a linha por ela ser tênue e indiscreta. Desejo o obvio, porque o obvio me atrai disfarçadamente. Gosto de escrever pensando que vai ler esse texto. Gosto de pensar isso. Gosto... As circunstâncias criam cores, dores, flores. Tudo que me lembra um certo você. A ordem dos fatos altera somente a falta da sua presença. Isso me atrai. Isso me atrai... Atrai.
         Tenho a sensação de que o tempo parou para pensar em mim. Minha afirmação tem um sabor de café fresco. Uma sensação seguida de dias, seguidas de horas por começar. Nada que não possa ser feito vagarosamente. Nada...
           Então, desci daquele palco me sentindo estrada sem entranhas. Não que estivesse atuando a todo instante. Não. O modo de ver a imagem que faço de você tem relação com a possível descoberta das pontas. Pontas com buracos inteiros de horas por fazer. .. Parece estranho, não? Sim, no inicio pode ser um tanto difícil de assimilar aquele obvio que tanto desejo.
          Sinto falta daquela timidez corriqueira da minha vida corrida. Embora nua, me visto de palavras  e invisto naquele novo. O que me seduz nessa total falta de junção é a maneira que levo você no o meu olhar. Olhares por absorver.
         Não alcanço metas, sigo as setas sem indicações. Talvez isso me faça ser melhor na razão inversa do seu pensamento. Naturalmente o filme que assisto não terá um fim, mesmo que me separe em partículas. O mundo só gira se eu prestar atenção ao meu redor do contrário a vida segue sem sequer notar a música que toca no meu interior. Nada filosófico. Nada político.
         Há um consenso entre o limite da razão e o vôo da gaivota. Hoje é sexta, dias iguais. Todavia.. Você vem... Você chega... Você parte.. E a sexta continua na mesma ordem da sua partida. Na mesma ordem do universo.  Deixando-me em desordem..Talvez no sábado, algum dia da semana eu o vejo no concreto dos meus olhos pretos.
         Porem não se iluda se uso provérbios nas conjunções, porque enquanto chão a estrada não muda, e eu não só escrevo abertamente como também inicio verbos passionais. Entretanto desengano, talvez use palavras consecutivas. Talvez não.
        A surrealidade de minhas idéias justificam a ausência da realidade. Sou abstrata e real. Sou obsoleta no momento em que me vejo cruelmente podada.
– Não me podem.. Sinto-me pedra.  – Não me joguem...Sinto-me lançada.
- Deixe-me ser chão. Deixe-me enquanto eu, enquanto dia ... E...Enquanto vou...
Soraia..




Um comentário:

  1. Não sei se está acostumada com isso, mas vim dizer-lhes que estou aqui e que posso ler sempre que houver alguma coisa nova aqui...

    Brilhantes teus embalos escritos

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